Passando por cima dos ensinamentos históricos, que se encontram nas raízes de formação do trabalhismo, a atual direção estadual do PDT, submete o partido a um processo de degradação de tal maneira que de legenda gloriosa, hoje se confundo com qualquer partido de aluguel.
O programa e o estatuto do partido, são continuadamente violados conforme ocorreu agora na convenção que passamos a relatar tais e tantas manipulações e distorções que representam uma traição à memória de nossos fundadores – Vargas, Jango e Brizola. Passamos então a expor lances por lances dessa trágica situação que se abateu sobre o PDT. Contamos assim com a sua compreensão parra acompanhar um mar de irregularidades de que fomos vítimas.
RIO SE REUNE COM VIEIRA DA CUNHA – Um grupo de ex-deputados federais do RJ em Brasília, após cerimônia de comemoração de 20 anos da Constituição, mantém conversação com Deputado Vieira da Cunha, presidente em exercício do PDT, reclamando que até aquela data não havia nenhuma manifestação da executiva nacional sobre a data das convenções estaduais. Por força de disposição estatutária, a data da convenção estadual é ato assinado pelo presidente nacional do Partido. O presidente explicou que estava de viagem marcada; mas viria ao Rio no dia 01 de dezembro, para definir a situação.
LUPI SE SUBSTITUI AO ESTATUTO – Ocorre que, após alguns dias do encontro com o Deputado Vieira da Cunha, o Ministro do Trabalho, Sr. Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, reúne em almoço a bancada dos deputados estaduais, alguns membros da executiva e alguns agregados seus e, entre garfadas de almoço festivo, notifica que a convenção aconteceria em 29 de novembro.
O Ministro se atribui desta forma poderes de substituir a direção nacional do partido, a direção estadual que, segundo o artigo 43 do estatuto teria que reunir para traçar as normas da convenção estadual. O Diretório Estadual chega a ser convocado mas a reunião é desmarcada por duas vezes.
Algo de estranho já se podia perceber estava sendo tramado pela direção do Partido.
684 APOIAM A CHAPA DE VOLTA ÀS ORIGENS – Está aberto prazo para o registro da chapa. Estamos trabalhando intensamente a fim de oferecer uma alternativa ao descontentamento flagrante com a direção estadual. Logramos obter 684 expressos consentimentos para compor a chapa de pouco mais de 300 integrantes. Enfrentamos a resistência do Secretário Geral Carlos Correa em receber o registro de nossa chapa que cumpria todos os requisitos legais, inclusive o apoio de 1/3 dos membros do Diretório.
Retornamos no dia seguinte, 25 de novembro, par assistir à conferência da nossa chapa, a qual foi feita por três membros da executiva: Maneschi, Elma, Loureiro e mais o funcionário Rafael, existindo um recibo passado pela Tesoureira Elma Fuentes, atestando a correção da chapa registrada.
Ao invés de cumprir a disposição estatutária que atribui ao Diretório Estadual competência para aprovar as normas da Convenção, alguns membros da executiva estadual (José Bonifácio e Carlos Correa), definem essas normas tais como tempo de duração da Convenção, nomeação dos delegados zonais e Colégio eleitoral da própria Convenção.
Anote-se: até hoje desconhecemos a real composição da chapa da situação. A Comissão Eleitoral confunde-se dessa maneira com integrantes da própria Direção Estadual – José Bonifácio e Carlos Correa.
A CHAPA AGORA É ÚNICA – Os representantes da chapa "Volta às Origens -Brizola Vive" – Carlos Alberto Cão, Vivaldo Barbosa, Ronald Barata e Maria Helena são impedidos, dia 29 de novembro, pela Sra. Célia Lupi, com utilização de vários seguranças, de assistir a instalação da Convenção. Somente depois de instalada a Convenção, uma hora depois, puderam ingressar no ambiente. De forma quase monossilábica, o Presidente em exercício do PDT, José Bonifácio se nega a exibir o registro e a composição da chapa da situação e informa ter CASSADO o registro da chapa "Volta às Origens - Brizola Vive" sem precisar os motivos.
LUPI COMANDA ESPETÁCULO – O Ministro Carlos Lupi, embora licenciado da Presidência das Executivas Estadual e Nacional, consegue arrancar (eis a expressão correta) do Deputado Arnaldo Viana, na manhã da votação (29 de novembro), o seu expresso consentimento para ter o seu nome incluído na da situação. Estava vencido já prazo de registro de chapa. Com o mesmo desrespeito é a situação do Sr. Rubens Rezende, que sobe para votar e se apresenta como Delegado do Município de Petrópolis, desmentido no entanto por três representantes daquela municipal.
Em Petrópolis, em Duque de Caxias, em Volta Redonda, em Itaboraí, em Rezende as irregularidades são de uma clareza meridiana que ninguém pode acobertá-las. A continuar tais situações, está aberto o caminho para a deterioração em definitivo do PDT.
RECORREMOS AO JUDICIÁRIO – No rol das irregularidades devemos observar e anotar que em nosso Estado, dos 92 Diretórios Municipais, 75 estão com Comissões Provisórias. O Estatuto do PDT é de uma clareza meridiana: é preciso que o Partido esteja organizado em 20% dos municípios. Sabidamente isso não ocorre no Rio. Para garantir os nossos direitos, recorremos ao Poder Judiciário, pedindo liminar para adiamento da Convenção do dia 29.. A Sra. Juíza despachou favoravelmente para em seguida reformular a sua posição, em face da argumentação mentirosa da Direção Estadual. Um outro recurso à Justiça, reivindica o direito de voto dos Delegados Zonais, Era tão líquido e certo à luz do Estatuto que a Sra. Juíza achou que não havia como burlar e não devia interferir. Acontece no entanto que a Executiva Estadual, em desrespeito ao entendimento judicial, cassa o direito de voto dos Delegados Zonais, e dando o direito de voto a apenas 17 Delegados pela própria executiva nomeados.
O momento reclama assim dos pedetistas, a denúncia e ação. Passividade jamais. Para enfrentar essa situação, instituímos o Movimento de Resistência Leonel Brizola que pretende ter atuação em nível nacional, para o que esperamos contar com sua adesão e participação.
Em 22 de dezembro de 2009, Ronald Santos Barata.